quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Mais uma do Arnaldo.

É, o Arnaldo "é o cara". Sim, ele é.
É um home de alma feminina, melhor, de alma humanista.
A cada dia que passa fico mais convicta que não existe esta coisa de distinção de homem e mulher, acho que só na biologia e no português, para classificarmos os gêneros.
Mas o Arnaldo, esse sim, fala a verdade. Nua, crua, despida de qualquer estereótipo.

Quando acaba (Arnaldo Jabor)

Sempre acho que namoro, casamento, romance, tem começo, meio e fim. Como tudo na vida. Detesto quando escuto aquela conversa:
- Ah,terminei o namoro...
- Nossa, estavam juntos há tanto tempo...
- Cinco anos... que pena... acabou...
- é... não deu certo...
Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou. E o bom da vida, é que você pode ter vários amores. Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam. Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro? E não temos essa coisa completa.

Às vezes ela é fiel, mas é devagar na cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é muito bonita, mas não é sensível.
Tudo junto, não vamos encontrar. Perceba qual o aspecto mais importante para você e invista nele.

Pele é um bicho traiçoeiro. Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia. E às vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...
Acho que o beijo é importante... e se o beijo bate... se joga... se não bate... mais um Martini, por favor... e vá dar uma volta.
Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer.
Não brigue, não ligue, não dê pití.
Se a pessoa tá com dúvidas, problema dela, cabe a você esperar... ou não.
Existe gente que precisa da ausência para querer a presença. O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta. Nada de drama. Que graça tem alguém do seu lado sob pressão? O legal é alguém que está com você, só por você. E vice-versa. Não fique com alguém por pena. Ou por medo da solidão. Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado. E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento. Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia? Gostar dói.
Muitas vezes você vai sentir raiva, ciúmes, ódio, frustração... Faz parte. Você convive com outro ser, um outro mundo, um outro universo. E nem sempre as coisas são como você gostaria que fosse...
A pior coisa é gente que tem medo de se envolver. Se alguém vier com este papo, corra, afinal você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível. Na vida e no amor, não temos garantias.. Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar. Nem todo beijo é para romancear. E nem todo sexo bom é para descartar... Ou se apaixonar... Ou se culpar.... Enfim.... quem disse que ser adulto é fácil?

Ai, ai.
Esse Arnaldo me entende.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Adeus.

Ouvir um adeus. Sentir que já não se é tão importante quanto se supunha ser. Ver sonhos se desmoronando. Não perceber o chão, quando se pisa. Não ouvir mais a alegria dos pássaros quando cantam. Olhar a flor e descobrir que o nosso coração já não sente a vida que ela confirma existir. Ver, na água da chuva, apenas lágrimas. O coração fica apertadinho, parece doer. O passado tão recente escapa-nos dos pensamentos como se já estivesse longínquo. O corpo se torna inerte, desfalecido. A alma caminha pra fora do nosso ser, como se a fuga pudesse trazer uma solução. Os sons externos se tornam distantes. A voz embarga. O choro não dá trégua. Os soluços que não conseguem se exteriorizar formam um nó no peito.
O conjunto dessas sensações e sentimentos tomam contam de todo o ser. Dão a impressão de que nunca terminarão.
O tempo passa, a dor aumenta. A saudade não tem fim. A necessidade de gritar, chamar, ouvir, sentir, se impõe na mente. Vontade de correr. De alcançar. De implorar. De esquecer a mais triste das palavras: adeus.
Desejo de se entregar, de voltar no tempo, de recomeçar, de perdoar e pedir perdão.
Ânsia de abraçar, de olhar nos olhos, de sentir o corpo, sentir vida, calor, corações acelerados, energia renovada, força.

Ana Isabel
16/05/2007

Da Série MUSIQUINHAS...

É o que me interessa
Lenine

Daqui desse momento
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem
A sombra do futuro
A sobra do passado
A sombra é uma paisagem
Quem vai virar o jogo e transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado só de quem me interessa

Às vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor
Às vezes eu pressinto e é como uma saudade
De um tempo que ainda não passou
Por trás do seu sossego, atraso o meu relógio
Acalmo a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussurre em meu ouvido
Só o que me interessa

A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Falando bobagens.

Ausência...
Esta palavra tem me incomodado bastante nestes ultimos dias. Acho que por aqui também ela tem se feito muito presente (dicotômico isso, uma ausência que se faz presente). Deixa isso pra filosofia entender...

Ausência...
Tem rebatido mais que a saudade. Estou sentindo na verdade ausência de mim mesmo. Falta do meu eu doce, calmo, educado.
Estou tendo outra percepção de mim. Nossa, como tem sido cruel.
A fase do novo dói demais. Se reinventar dói demais.
Engraçado. Sentir falta de si. Daria uma poesia, se poeta eu fosse.
Mas poeta não sou. Poesia não sei fazer.
Estou aqui tentando apenas esvaziar a dor que habita meu peito. Sim, a dor que de tanto doer já se tornou física (ou psicológica). Dor de ausência, dor de presença, dor de excessos. É, faz razão dizer que o excesso faz mal. Excesso de tudo.
Sim, tenho notícias boas. Tô estudando. Tô reaprendendo o que fora esquecido e aprendendo o novo. Aprender para depois ensinar.
Espero um dia ter um escrito meu sendo ovacionado. Por platéia ou apenas por olhos interessados. Mas quero sempre, sempre escrever. Agora vou escrever com qualidade, com coerência. Vou ser JORNALISTA.
É, também pensei que tinha passado da idade, que já tinha uma carreira em andamento. Mas pensei demais. Não quero pensar, quero agir.
Um homem não é feito pelas suas idéias, mas por suas ações. Quero agir, ajudar ao próximo.
Gritar. Gritar pro mundo o que nos oprime. Não no contexto individualizado, mas nós cidadãos. Nós pessoa humana. Nós sociedade. Nós pensamento coletivo. Nós massa.
Ausência...
Dos meus amigos. AMO-OS. Mas não tenho dito. Não tenho feito. Nem ao menos tenho sentido a força do amor que tenho pelos meus amigos.
Vejo que eles estão indo, "adultecendo", rs. Criando suas crias, criando suas vidas.
Casando, viajando ou apenas namorando...mas estão indo. Deixando o coleguismo de lado...(ou será que fui eu)...Bem, filósofos respondem mais tarde....
Acho que fui eu quem deixou o coleguismo de lado. Não queria, mas aconteceu. Estou vivendo um isolamento, o poder de ser, deixei o dever ser de lado...